Pilar celebra aniversário de Arthur Ramos com noite de cinema nesta quinta-feira

A semana de aniversário de Arthur Ramos (foto) segue recheada de atrações. Filho ilustre do Pilar, o médico psiquiatra que se destacou por desenvolver a chamada psicologia social também é lembrado até hoje pelos estudos sobre a identidade brasileira. E para celebrar a grandiosa contribuição do também escritor, antropólogo e folclorista, a Prefeitura do Pilar realiza uma série de homenagens – o lançamento de um filme está entre elas -, mantendo viva a cultura local e valorizando os artistas da terra.

As comemorações começaram, na segunda-feira (11), com uma palestra sobre a vida e obra de Arthur Ramos para 20 alunos do curso de informantes culturais, alunos da rede pública que irão se juntar a outros 12 multiplicadores de conhecimento. Eles têm idade entre 12 e 16 anos, como explica a diretora de Cultura do Pilar, Ruthnea Camêlo. “Pilar aprovou uma lei municipal por entender que esse trabalho de iniciação no ambiente escolar é de fundamental importância, para que todos conheçam verdadeiramente a sua própria história. Ela [a lei] regula a atuação dos informantes, que, após passarem por capacitação, recebem uma ajuda de custo para difundir a cultura pilarense dentro e fora da sala de aula”, conta a diretora.

Na Casa da Cultura e Museu Arthur Ramos, a atração ficou por conta de uma mostra que reuniu vários artistas pilarenses, com direito à oficina de desenho e pintura. Um deles foi Alex Costa, artista plástico responsável por obras consagradas no Pilar, como a Escadaria do Amor e a estátua do dramaturgo e escritor pernambucano Ariano Suassuna. “A tela que levei para a exposição busca desmistificar o Nordeste como uma terra devastada pela seca, um lugar de povo sofrido e que precisa trocar o campo pela cidade grande, o que, por vezes, traz sofrimento às pessoas. Longe disso, o Nordeste também é vida e aconchego, além de ser uma região de uma beleza incomparável”, destaca ele.

Já outro participante da mostra vem se destacando com a aquarela. O jovem Arthur Nascimento teve duas obras expostas, com uma delas, inclusive, já tendo sido comercializada. “Pinto desde pequeno, muito por influência dos meus pais. Mas, hoje, tenho várias referências”, relata Nascimento, que será um dos professores de um curso com 80 vagas e cujas inscrições podem ser feitas na própria Casa da Cultura – aberta sempre de segunda a sexta-feira, das 8h às 20h, e aos sábados, das 10h às 17h.

“Esta iniciativa da Prefeitura é incrível porque, além de incentivar nós artistas, desperta a curiosidade de todos sobre o quão importante foi Arthur Ramos, alguém que nos orgulha enquanto pilarenses. Então, nada melhor do que expor o nosso trabalho em memória dele”, reforça o pintor e estudante de Segurança do Trabalho.

Outros cinco artistas também tiveram seus trabalhos expostos no Museu Arthur Ramos, que foi inteiramente revitalizado e devolvido à população pilarense em março deste ano, por ocasião dos 150 anos da cidade. Teve até quem, numa única tela, retratou personalidades como os folcloristas Ranilson França e Mestre Edgar, o escritor Costa Rêgo e o poeta José Benjamin.

E para fechar a semana com chave de outro, nesta quinta-feira (14), a partir das 18h, o Cine Pilarense será palco de apresentações culturais e de estreia na telona, com a exibição do filme “A última pena de morte no Brasil” – que aconteceu em 1876, quando o escravo Francisco foi condenado à forca e morto em praça pública no Pilar.